25 cidades fantasma impressionantes ao redor do mundo

Escrito por Sheila Almendros

Ao redor do mundo há centenas de cidades abandonadas por inúmeras razões. Algumas foram devastadas por desastres naturais, outras não sobreviveram a alguma crise econômica, e ainda as que foram destruídas ou evacuadas por conta da guerra. Independentemente da causa, as cidades fantasmas despertam a nossa curiosidade por conta da sua história, de como foi erguida, do sentimento que aqueles moradores tiveram ao deixarem suas casas ou trabalho, e principalmente, o porquê foram esquecidas, e não reerguidas.

Conheça a seguir alguns desses locais e quais deles ainda podem ser visitados:

1. Craco

Esta comuna italiana foi erguida em 1060 na encosta da montanha, e o motivo de seu abandono em 1963 nem foram as guerras sofridas pelo povo ao longo dos anos, nem o solo impróprio para o cultivo de alimentos, mas sim os deslizamentos constantes de terra. Atualmente o local serve como ponto turístico de excursões e locação para filmes.

2. Centralia

A cidade de Centralia, na Pensilvânia (EUA) foi fundada em 1841 e tinha como principal foco da economia a indústria mineira. Em 1962, um incêndio de grandes proporções em uma antiga mina alastrou por todo o subsolo da cidade, liberando gases tóxicos altamente nocivos. Depois de muita negociação entre o governo e os moradores, Centralia foi sendo evacuada aos poucos, e inúmeras famílias foram realocadas em cidades vizinhas. Como o projeto para apagar este incêndio custaria milhões de dólares, o local continua pegando fogo debaixo da terra, e continuará assim pelos próximos 500 anos.

3. Pripyat

Situada na Ucrânia, Pripyat tornou-se a cidade fantasma mais popular do mundo, devastada pelo acidente nuclear de Chernobyl, em 1986. O local foi inaugurado em 1970 para abrigar os funcionários da usina, e foi evacuado às pressas durante o acidente, que contaminou com radiação uma área de 3 mil km². Estima-se que o local demore 900 anos para ser totalmente descontaminado e volte a ser habitável.

4. Famagusta

Quando o norte do Chipre foi ocupado pelo exército turco em 1974, Famagusta deixou de ser um destino turístico popular, principalmente entre as celebridades. Isso porque a cidade foi totalmente evacuada, cercada e proibida de ser acessada por civis para se tornar a fundação da República Turca de Chipre do Norte, até hoje não reconhecida pela ONU. No episódio 5 da série documental “Turismo Macabro”, você acompanhará as diversas tentativas frustradas do jornalista David Farrier de adentrar este território proibido, atitude esta que quase custou a sua liberdade.

5. Bodie

Em 1876, a exploração do ouro no condado de Mono, na Califórnia, estava a todo vapor, e Bodie foi fundada justamente para abrigar os garimpeiros e as suas famílias. Quando já não havia nada a ser encontrado por lá, em meados de 1943, o local foi abandonado. Atualmente algumas construções permanecem em pé, com decorações e objetos pessoais intactos, atraindo a atenção de cerca de 200 mil turistas curiosos por ano.

6. San Zhi

Esta construção em Taipei, em Taiwan, começou a ser erguida em 1978, para servir como resort de luxo. Mas houveram tantos acidentes durante as obras, resultando nas mortes de diversos trabalhadores, que dois anos depois o projeto foi abandonado, e toda a arquitetura futurística do local ficou assim, abandonada.

7. Fordlândia

Em 1928, Henry Ford, o fundador de uma das fábricas de veículos mais famosas do mundo, decidiu colocar em prática um projeto bem arriscado: construir uma grande fábrica de borracha no meio da Amazônia (precisamente no Pará). Seringueiras foram plantadas, galpões foram erguidos para a linha de produção e diversas casas foram construídas para abrigar os funcionários. Mas tudo deu errado: o solo era infértil, pragas tomaram conta da plantação, gerentes tentaram implementar a cultura americana nos funcionários brasileiros, o que gerou uma briga homérica a ponto do exército brasileiro ter que intervir, e em 1945 a Fordlândia foi definitivamente abandonada, sem ter gerado o lucro que o empresário esperava.

8. Hashima

Hashima é uma ilha japonesa, descoberta em meados de 1887 com uma grande abundância de carvão. Quando o crescimento das indústrias no país tomou conta da economia, a Mitsubishi decidiu investir fervorosamente na exploração deste minério, e construiu uma grande cidade de concreto na ilha para abrigar os mineradores e suas famílias, com escolas, áreas de entretenimento, entre outras edificações. Mas tudo mudou na década de 1960: o carvão foi trocado pelo petróleo, minas foram fechadas, e como era inviável o sustento do local, Hashima foi evacuada e o último morador saiu de lá em 1974.

9. Agdam

Agdam foi fundada no começo do século XIX, no Azerbaijão, e em seu auge no século seguinte, durante a era soviética, chegou a abrigar cerca de 160 mil pessoas. Mas por conta das constantes guerras na região e com o fim do comunismo, praticamente todos os habitantes foram embora, deixando a cidade assim: às traças.

10. Airão Velho

Pertinho do Rio Negro, no Amazonas, ficava a cidade de Airão, que era movimentada pela exploração do látex na região. Durante a Segunda Guerra, os aliados eram abastecidos pela nossa borracha, e depois deste período somente a Inglaterra comprava o material. Logo o país do Velho Continente deixou de ser um cliente assíduo e o sustento da cidade acabou, o que fez muitos moradores migrarem para Manaus (em 1985 já não havia ninguém por lá). Desde 2005, Airão Velho tornou-se um patrimônio nacional.

11. Kolmanskop

Kolmanskop surgiu em 1908 para facilitar a exploração de diamantes no deserto da Namíbia. Os mineradores e suas famílias se instalaram por lá, e contavam com tudo o que uma cidade pequena precisava: lojas, escolas e até um cassino. Mas quando as pedras diminuíram na região, em meados de 1954, todas as 700 famílias foram embora, e a cidade foi toda tomada pela areia no decorrer dos anos.

12. Al-‘Ula

Al-‘Ula foi a capital de um antigo reino chamado Lihyanitas, na Arábia Saudita, e possui uma importância histórica não só para o país, mas também para o mundo todo, já que foi um percurso de encruzilhadas de civilizações antigas. As fundações da cidade foram edificadas no século XIII e ocupadas até a década de 1980, quando todos os moradores migraram para a cidade vizinha recém construída. Hoje Al-‘Ula preserva inúmeros sítios arqueológicos, e o país firmou um acordo com a França para desenvolver um complexo turístico na região.

13. Ani

Poucas coisas sobraram em Ani, uma extinta cidade medieval da Turquia, e entre as ruínas está a Igreja do Redentor, datada dos séculos X e XI. O edifício, que foi partido ao meio por um raio em 1930, faz parte do World Monuments Fund e é citada como “um exemplo particularmente notável das origens da arquitetura eclesiástica na Armênia”.

14. Kayaköy

Kayaköy foi uma vila na Turquia habitada por gregos otomanos até 1921, e conta com construções datadas de diferentes épocas. Isso porque o local foi reconstruído diversas vezes depois de sofrer terremotos e incêndios, até o seu fatídico abandono. Esses edifícios seculares transformaram Kayaköy em uma cidade museu, sendo muito frequentada por turistas.

15. Balestrino

Balestrino, na verdade, é uma cidade italiana “meio” fantasma. Isso porque ela ainda é habitada por poucas pessoas, mas que migraram da “cidade velha” (da imagem) para locais mais seguros ali nas redondezas, em 1953. A área foi atingida por vários terremotos, causando uma instabilidade hidrogeológica no terreno. Pouco se sabe da história de Balestrino, mas dizem que ela foi fundada no século XII como propriedade da Abadia Beneditina de San Pietro dei Monti.

16. Ararapira

Ararapira era uma vila no litoral paranaense e foi uma das primeiras habitadas do país, fundada pela coroa portuguesa. O local servia de entreposto comercial para as embarcações que por ali transitavam, mas quando o Canal do Varadouro e outras vias foram construídas, em 1952, a cidade entrou em decadência, os moradores migraram para outras regiões mais prósperas do entorno, e em 1999, foi tombada como Patrimônio Natural da Humanidade.

17. Polyana

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Polyana foi uma cidade muito próspera em Abecásia, habitada por cerca de 15 mil pessoas, e a principal fonte de renda era a exploração mineira. Mas com o grande conflito desta república autônoma travada contra a Geórgia, iniciada 1989, a população diminuiu drasticamente, contabilizando cerca de 200 moradores no máximo. Hoje ela está abandonada, assim como diversas outras cidades da região.

18. San Juan Parangaricutiro

Em 1944, o vulcão Parícutin entrou em erupção, cobrindo centenas de casas em San Juan Parangaricutiro de cinzas e lava. Somente as estruturas mais altas desta cidade mexicana ficaram visíveis, o restante foi calcificado com o passar do tempo. Na época, um verdadeiro êxodo foi promovido, e os moradores que abandonaram suas casas para fugir da catástrofe fundaram há quilômetros dali uma nova cidade: a Nuevo San Juan Parangaricutiro. O governo de Michoacán, uma das cidades vizinhas, passou a investir na adequação da cidade fantasma para se tornar um ponto turístico, que pode ser acessado através de passeios a cavalo.

19. Fortaleza de Shali

A Fortaleza de Shali foi erguida no Oásis de Siuá no século XIII, e toda sua estrutura foi feita com tijolos. Este era um dos lugares mais impenetráveis no Egito, até que uma chuva forte que durou vários dias destruiu o local. Os moradores abandonaram suas casas e foram viver nas vilas adjacentes.

20. Usina Tkvarcheli

Outra consequência da guerra entre Abecásia e Geórgia foi o abandono da Usina Tkvarcheli, na cidade homônima. O local foi sitiado durante todo o conflito, forçando a desativação da usina. Como a construção continuou sem uso até então, a vegetação do entorno invadiu todo o prédio.

21. Tyneham

Durante a Segunda Guerra Mundial, o governo inglês expropriou Tyneham, uma vila de pescadores em Dorset, e 225 moradores foram realocados para que suas moradias servissem como local de treinamento de artilharia. Até hoje ela é uma área militar fechada de Lulworth, aberta para visitação pública esporadicamente. O visitante encontrará algumas casas em ruínas, uma capela, entre outras construções de pedra, mas é preciso ter cautela ao caminhar por ali: algumas minas permanecem enterradas, e é extremamente proibido andar fora das trilhas limitadas.

22. Pyramiden

No arquipélago de Svaldbard (Noruega) está Pyramiden, uma colônia fundada por suecos no começo do século XX, e vendida para uma estatal soviética para a exploração de carvão. Ela foi abandonada em 1998 depois que a mina local foi desativada, e desde então transformou-se em uma cidade fantasma, ainda com vestígios do que já foi no passado. O local recebe visitas de turistas através de tours guiadas em inglês.

23. Oradour-sur-Glane

Oradour-sur-Glane é mais uma lembrança trágica do terror causado pela Segunda Guerra Mundial. Esta vila francesa foi invadida e destruída pelo exército alemão em junho de 1944, que prendeu, torturou e queimou 190 homens, 247 mulheres e 205 crianças. Com o fim da guerra, Charles de Gaulle ordenou que o local fosse transformado em um memorial.

24. Döllersheim

Este vilarejo com mais de 900 anos foi alvo das guerras hussitas em 1427 e da Batalha da Montanha Branca, mas a que mais marcou, sem dúvidas, foi a Segunda Guerra Mundial. Em 1938, Adolph Hitler ocupou centenas de pequenas cidades austríacas para instalar suas bases de treinamento militar. O comandante nazista até ignorou que a sua própria avó estava enterrada no local. Hoje, Döllersheim pertence às Forças Armadas da Áustria.

25. Pegrema

De frente para o Lago Onega está a esquecida Pegrema, uma aldeia localizada na República da Carélia, abandonada durante a Revolução Russa no começo do século passado. O local abriga casas de madeira sendo tomadas pelo tempo, mas o mais curioso é que a igreja, construída com o mesmo material em 1770, ainda permanece intacta.

Estas cidades fantasma são fascinantes por despertarem a nossa curiosidade em desvendar toda a história que antecede o abandono, não acha?